Não sou gamer, mas
sei muito bem que os jogos têm tido representações precárias nos cinemas –
coisas cafonas como Mortal Kombat 2 e até mesmo bizarras, como o caso de Super
Mario Bros – que não fazem jus à qualidade dos jogos. Mas, por mais que eu
tenha cultivado esse trauma, fiquei extremamente empolgada quando soube do
filme Warcraft, ano passado.
Pois bem, como
jogadora do World of Warcraft,
aguardei ansiosamente o filme, tentando não criar expectativas demais. Após
assistir ao filme, afirmo que é minha adaptação de jogo favorita ever.
Sinopse:
A região de Azeroth sempre viveu em paz, até a chegada dos guerreiros Orc. Com a abertura de um portal, eles puderam chegar à nova Terra com a intenção de destruir o povo inimigo. Cada lado da batalha possui um grande herói, e os dois travam uma disputa pessoal, colocando em risco seu povo, sua família e todas as pessoas que amam.
A primeira impressão é a que fica, certo? Certo!
Desde a primeira cena ficamos maravilhados com a qualidade dos efeitos especiais,
o CG é simplesmente magnifico e é um dos pontos mais altos do longa. Não tenho
palavras para descrever quanto "bonitos" e detalhados os Orcs
estavam, de modo que passavam uma grandeza tão pertinente que eu sentia pena
dos humanos que os enfrentavam. Mas esses não ficavam muito atrás, pois as
armaduras estavam espetaculares, principalmente do rei Llane.
Aos fãs antigos que jogaram Warcraft e os mais
"novos" que jogam World of Warcraft (como eu) é maravilhoso ver os
locais representados tão fielmente, principalmente a capital da Aliança:
Ventobravo - sério, quantas horas passei lá procurando itens para comprar? Mas
podem ter certeza que os não fãs também vão perder o fôlego.
Admito que o filme é praticamente feito para os
fãs, inclusive é dirigido por um fã: Duncan Jones (à propósito, filho de
David Bowie, apenas). Tem vários personagens conhecidos no jogo e o cenário é
basicamente idêntico; uma pena que as outras raças não tiveram foco, mas a
proposta do filme é a disputa entre Humanos e Orcs mesmo (que originará a Aliança
e a Horda).
Ok, nem tudo é
maravilhoso! Tive a impressão que em alguns momentos as coisas ocorreram rápido
demais e alguns cortes estavam passando a impressão de terem sido feitos no
movie maker, mas grande parte disso tem a ver com o corte de 40 minutos que foi
feito no filme para passar no cinema (quero a versão estendida a-go-ra). Algo que pode ser um problema
para algumas pessoas é que as coisas não se explicam sozinhas, você precisa
prestar atenção nos detalhes e tirar conclusões; também existem pontas soltas,
deixadas para uma possível continuação (espero que tenha!).
Os personagens e os
roteiros em si não passam grande complexidade e profundidade, o que é normal em
filmes nesse estilo, mas simpatizei bastante com eles. O filme conseguiu me
fazer gostar de personagens dos dois lados - Orcs e humanos; gostei muito do
feiticeiro Khadgar, que se mostrou poderoso
e inexperiente ao mesmo tempo; o Lothar, o protagonista do lado
humano, me conquistou mais ainda, sendo extremamente carismático; Garona, a
imagem feminina mais marcante, quase rouba a cena com a evolução de sua
personagem; Durotan, o Orc que recebe mais foco, nos passa uma impressão de
grande honra e comprometimento, tem basicamente a essência de um líder; etc.
As cenas de lutas são muito boas, e com certeza
dão foco aos Orcs; a força e violência deles fica extremamente evidente, tanto
que fizeram eu me encolher na cadeira; a magia também é muito bem feita,
principalmente as do guardião Medivh; e, como já disse acima, as armas humanas
dão a tudo um ar mais esplendoroso.
Enfim, esse filme vai agradar quase todos (se não
todos) os fãs dos jogos! Eu me arrepiei desde quando a logo da blizzard surgiu
na tela! Mas também vai agradar os que nunca ouviram falar – talvez só um pouco
menos. Minha mãe viu comigo e, para minha surpresa, adorou.
Então recomendo muito que vocês assistam e ajudem
na bilheteria para ser feita uma continuação!
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